Desde sua instituição, em 1997, a Fundação Christiano Rosa desenvolveu projetos em consonância com seu objetivos e de acordo com as suas comissões técnicas. Os projetos visavam, sempre, à educação continuada em defesa do patrimônio histórico-cultural arquitetônico e ambiental. Com foco na preservação do meio ambiente local e regional, os projetos de médio e longo prazos foram de recuperação vegetal de matas ciliares no município. Paralelamente, visando à capacitação e também à busca de novos projetos, a Fundação mantem cadeiras no Comitê da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul (CBH-PS) e no Comitê de Integração das Bacias Hidrográficas do Paraíba do Sul (CEIVAP), ambos fóruns de discussão técnica especializada na preservação dos recursos hídricos. Além disso, foram várias as parecerias firmadas visando à implementação de projetos de educação ambiental, saúde, tecnologia e cultura. Foram parceiros, por exemplo, a FPV/IMBEL, a Fundação Florestal, o IPT, Escola de Engenharia de Lorena – EEL USP, Universidade de Taubaté, Instituto de Estudos Valeparaibanos (IEV), entre outros.
Projetos
No dia 3-04-99, a equipe que elabora o projeto de criação de um corredor bioecológico entre a mata da IMBEL e a FLONA de Passa Quatro, sob a coordenação da Fundação Christiano Rosa, esteve, pela primeira vez, efetuando visita à mata da IMBEL. É um fato importante, já que poucas pessoas têm acesso a essa área. Fizeram parte dessa incursão o pesquisador do INPE, Dr. Dalton de Morrison Valeriano, a Dra. Diana Valeriano, a Dra. Janice Wiles, ecóloga da Universidade de Maryland – EUA, o Sr. Richard Wiles, analista de Legislação Ambiental, da EWG – EUA, a srta. Janaína Sant’Ana, estagiária da UNITAU, o Ten. Barreto, chefe dos mateiros, dois mateiros, Sr. Pedro César e Sr. Batista, Sr. Benedito Nogueira, além do diretor executivo da FCR, Dr. Antônio Carlos Chaves, médico, e os representantes da Comissão Técnica de Meio Ambiente, o Dr. José Amoroso Filho, médico veterinário, o Sr. Luiz Flávio Rodrigues e Sr. Laurentino Gonçalves Dias Júnior, analistas de sistemas.
Chamou a atenção dos pesquisadores a biodiversidade da mata.
A flora, muito preservada, é constituída por árvores centenárias, de madeira de lei, com diâmetros de tronco muito grandes. Peroba, cedro, paineiras, entre outras, estão presentes por toda parte. Pode-se considerar a mata como verdadeiro viveiro de bromélias de vários tipos.
A fauna é composta por muitos animais que constam da lista de animais ameaçados de extinção (Red List), feita pelo IBAMA. Foram detectados, sem registro visual, macucos, catetos, onças e quatis. Existem rastros visíveis por toda a extensão da mata visitada, indicando grande número de indivíduos. Outros espécies foram avistadas, como cobras, gaviões e lagartos.
O objetivo primário da visita a essa reserva da IMBEL foi a identificação, se possível com registro fotográfico, das espécies constantes da Red List.
A presença de pesquisadores de instituições idôneas e altamente qualificadas corroborou as impressões anteriormente obtidas pela Fundação Christiano Rosa junto à IMBEL, da qualidade dessa reserva e do grau de preservação aí observados.
Serão necessárias, ainda, diversas visitas técnico-científicas a essa reserva para que consigamos atingir plenamente o objetivo do projeto em questão, mas a partida já foi dada e, com certeza, conseguiremos chegar ao final, com êxito.
Os resultados desse trabalho serão a melhoria da qualidade de vida de nossa cidade e a divulgação do nome de Piquete como base de um importante fragmento da Mata Atlântica.
Para projetos deste tipo o apoio popular é fundamental: de cidadãos com interesses presevacionistas, de alunos de escolas do município, de escoteiros e, principalmente, de proprietários de terras nas áreas envolvidas.
Aqueles que venham a avistar animais nas matas da cidade poderão informar à FCR, para que possamos identificar áreas de ocorrência e estimar o número de espécies e indivíduos.
Por: Luiz Flávio Rodrigues
Publicado originalmente no informativo O ESTAFETA, edição 27, de Abril de 1999.
O território em que se localiza o município de Piquete era coberto pela Mata Atlântica, um dos biomas que abriga significativa parcela da diversidade biológica do Brasil e um dos mais ameaçados do mundo. Essa mata é patrimônio nacional, possui áreas consideradas patrimônio mundial pela ONU e é reconhecida como Reserva da Biosfera pela UNESCO.
Piquete preserva significativos fragmentos de Mata Atlântica, que lhe proporciona inúmeros benefícios, diretos e indiretos. Um dos principais é a água, já que protege as nascentes de diversos rios – dentre elas a do Benfica e a do Tabuleta – e regula o fluxo dos mananciais hídricos que abastecem a cidade. Além disso, controla o clima, assegura a fertilidade do solo e protege escarpas e encostas da Mantiqueira, preservando a beleza paisagística e abrigando um patrimônio histórico e social extremamente representativo.
Ao longo dos anos, houve, no município, um processo de desmatamento e ocupação irregular das encostas, cuja repercussão pode ser sentida atualmente. Preocupada com as questões ambientais, a Fundação Christiano Rosa, desde sua instituição, tem buscado, junto a diversos pesquisadores e entidades científicas, instrução e subsídios para a recuperação e preservação de nosso meio ambiente.
Contando com o apoio técnico de pesquisadores do INPE e da USP, a FCR elaborou e implementou, em 2005, o projeto “Revegetação de áreas ribeirinhas das microbacias do Benfica e Tabuleta – Piquete/SP”, aprovado pela Câmara Técnica do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FEHIDRO). A Prefeitura Municipal de Piquete foi parceira da FCR nesse projeto, que teve como objetivo principal a revegetação de pequeno trecho das microbacia que abastece o município de Piquete. Para tanto foi revegetada, nessa etapa piloto, uma área pública próxima à Estação de Tratamento de Água do município, que servirá como modelo para futuros projetos de revegetação de mata ciliar.
Para atingir seus objetivos, o projeto capacitou multiplicadores em revegetação florestal, promoveu a criação de viveiro para armazenamento e tratamento de mudas e cursos de educação ambiental.
A recuperação das áreas ribeirinhas é um grande legado para as futuras gerações e o modelo pode ser replicado em outras áreas por meio de programas de desenvolvimento sustentável, com vistas ao ecoturismo.
Diretoria da Fundação Christiano Rosa
O Projeto
Em novembro de 2004, após dois anos de intensos trabalhos, a Fundação Christiano Rosa encerrava o projeto “Conscientização e Percepção Ambiental: do Rio Paraíba do Sul ao Ribeirão Passa Quatro”.
Financiado pelo FEHIDRO (Fundo Estadual de Recursos Hídricos) e realizado em parceria com a Prefeitura Municipal de Piquete e Fundação Florestal, órgão da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, o projeto foi desenvolvido no bairro dos Marins, visando, principalmente, à Bacia do Ribeirão Passa Quatro, tributário do Ribeirão Piquete, afluente do Paraíba do Sul.
A FCR captou, por meio de concorrência pública, recursos junto ao FEHIDRO para o financiamento dos trabalhos. Durante os dois anos foram realizadas diversas atividades no bairros dos Marins e na cidade de Piquete.
Bairro dos Marins
O Bairro dos Marins – onde se localiza a microbacia do ribeirão Passa Quatro –, que vislumbra o turismo como fonte de renda para a comunidade foi privilegiado. Dessa forma, promoveu um Curso de Monitoria Ambiental, com diploma reconhecido por entidades oficiais, de cuja ementa constaram palestras sobre turismo de aventura, história do município e do bairro, primeiros socorros e trilhas. Foram capacitados mais de quarenta monitores.
Trilha dos Marins e do Ribeirão Passa Quatro
Foram criadas, após criteriosa análise técnica, duas trilhas interpretativas, que foram sinalizadas e para as quais foram criados folders específicos. Nessas trilhas trabalhou-se Educação Ambiental, principal foco do projeto. Por meio da parceria com a Prefeitura Municipal, foi possível efetivar um curso ministrado por especialistas com todos os professores e alunos da rede municipal de ensino. Durante esse curso foram várias as atividades desenvolvidas que proporcionaram aos participantes reconhecer uma bacia hidrográfica, identificar seus problemas e elaborar trabalhos de conscientização ambiental. Os alunos foram levados até as trilhas e puderam, muitos, conhecer pela primeira vez recantos de nosso município que não imaginavam existir. Desses encontros e atividades resultaram duas apostilas, uma para o professor e outra para o aluno, que foram distribuídas em toda a rede de ensino municipal. A ideia central era criar, entre alunos e professores multiplicadores de boas práticas ambientais.
Paisagens na memória
Durante os trabalhos de identificação das trilhas, para que fosse possível elaborar uma sinalização adequada várias excursões foram feitas ao Pico dos Marins e às diversas cachoeiras existentes nas proximidades do bairro dos Marins. Dessa forma, foram inúmeras as imagens captadas pelas lentes de diferentes fotógrafos, que proporcionaram à FCR o aumento do seu arquivo fotográfico.
Mão-de-obra local
A FCR teve a preocupação de direcionar o projeto para os interesses do município de Piquete. Apesar de a maioria dos instrutores terem sido de outras cidades, a população piquetense foi quem recebeu treinamento e a mão-de-obra necessária para o projeto foi toda local.
Todos os almoços oferecidos aos professores e membros das diversas parcerias da FCR durante o projeto proporcionaram renda extra aos moradores dos Marins, pois foram preparados por eles com recursos do Projeto. Importante destacar a colaboração dos empresários donos de pousada do município, que disponibilizaram, gratuitamente, ao longo de todo o projeto, a hospedagem necessária.
No dia 27 de novembro de 2004 aconteceu a festa de encerramento do projeto, que contou com a presença de várias pessoas que colaboraram para o êxito dessa empreitada da FCR.
Vale lembrar que esse era o primeiro passo de uma longa caminhada: nossos projetos já estavam em andamento e foram efetivados, todos voltados para a melhoria da qualidade de vida da população de Piquete.
Em 2012 a Diocese de Lorena completou 75 anos de fundação. O livro “Diocese de Lorena – 75 Anos de História”, ora disponibilizado para leitura, foi elaborado pela Fundação Christiano Rosa, de Piquete/SP.
O trabalho é um resgate histórico da ação da Igreja Católica no extenso território que constituía a antiga Freguesia de Nossa Senhora da Piedade. Sem maiores pretensões busca recuperar e trazer à memória inúmeros elementos que compõem a identidade da sociedade valeparaibana, sobretudo os ligados à tradição católica.
Não podemos esquecer a origem cristã e católica das cidades valeparaibanas. Não podemos esquecer também que o nascimento das povoações esteve ligado à Igreja. Ela sempre esteve presente no cotidiano das povoações, relacionando-se com a população e ajudando-a em sua caminhada histórica, exercendo seu pastoreio dos primórdios de nossa colonização até os dias de hoje. A construção de uma capela constituía-se, quase sempre, no marco primordial para a formação de um povoado. Foi assim em quase todo o Vale do Paraíba. Foi assim com a edificação da primitiva capela dedicada a Nossa Senhora da Piedade, às margens do Paraíba, no porto de Guyapacaré, nas roças de Bento Rodrigues Caldeira, que passou a Catedral, quando da instituição da diocese em 1937. Este trabalho retrata a atuação de sucessivas gerações que tornaram possível a presença atuante do catolicismo na região.
A pesquisa feita pela professora Dóli de Castro Ferreira e pelo Padre Fabrício Beckmann resgata nomes, relaciona fatos e aspectos pitorescos. Põe em evidência as vicissitudes pastorais, o esforço do Conde José Vicente de Azevedo para a criação da Diocese lorenense e momentos de grande emoção, como o de sua fundação, a nomeação e a chegada do primeiro bispo a Lorena.
A fragmentação do território da antiga Freguesia de Nossa Senhora da Piedade, com a criação de novas freguesias ao longo dos anos, se viu restaurada pela Bula “Ad Christianae Plebis Regimen” que criou a Diocese lorenense.
Em 2012, quando completou 75 anos, a Diocese tinha à frente como bispo e pastor Dom Benedito Beni, a Diocese de Lorena é composta de três santuários e trinta paróquias, distribuídos em treze municípios, todos abrigados sob o manto protetor de Nossa Senhora da Piedade, sua padroeira.
A estrutura atual da Diocese é a mesma até os dias de hoje.
Depois de D. Benedito Beni, assumiu a Diocese de Lorena, como seu 9º Bispo, Dom João Ignácio Müller, nomeado pelo Papa Francisco em 25 de setembro de 2013. Em 2019, D. Ignácio foi transferido para Campinas. Assumiu a Diocese, em 2021, Dom Joaquim Vladimir Lopes Dias, atualmente à frente da Diocese de Lorena, como seu 10º Bispo.
Para leitura do livro e/ou download do arquivo, acesse AQUI.
Diocese de Lorena - 75 Anos
Este projeto, financiado com recursos da Lei Complementar 195/2022 (Lei Paulo Gustavo), foi inscrito por Laurentino Gonçalves Dias Jr., membro do Conselho Curador da Fundação Christiano Rosa, no Edital de Chamamento Público nº 07/2023 da Prefeitura Municipal de Piquete – Secretaria Municipal de Turismo e Cultura e foi premiado.
Denominado “Um lapso da memória: resgatando nossa História por meio de sua digitalização” apresenta à comunidade piquetense e regional parte do acervo que em sendo reunido pela Fundação Christiano Rosa e que consta de dezenas de milhares de fotografias, jornais e documentos de Piquete datados desde as últimas décadas do século 19.
Alguns desses documentos se encontram em péssimo estado de conservação devido não apenas à ação do tempo e ao desgaste natural, mas também por terem sido fixados em suportes frágeis e submetidos à oxidação ou à presença de fungos, o que faz com que demandem um moroso e artístico trabalho de recuperação, com software adequado, que permite redescobrir detalhes que se acreditavam perdidos.
A digitalização de parte do “Arquivo Pró-Memória” da Fundação Christiano Rosa visa a disponibilizá-lo publicamente a fim de facilitar a busca, o manuseio e a reprodução dessas imagens pelos piquetenses, especialmente a população estudantil, e pesquisadores. Com essa ação, a Fundação Christiano Rosa pretende, ainda, divulgar o seu Arquivo Pró-Memória, hoje subutilizado pela comunidade. O projeto disponibiliza uma parte muito pequena em relação ao volume de documentos e imagens disponíveis e, portanto, pretende-se o primeiro de muitas iniciativas como essa.
Além das fotos individualmente disponibilizadas, este livro digital foi pensado para facilitar o acesso às fotos num formato agradável de leitura. O projeto “Um lapso da memória: resgatando nossa História por meio de sua digitalização” foi montado por meio da reunião de 100 (cem) itens, entre documentos e fotografias, do “Arquivo Pró-Memória” da Fundação Christiano Rosa.
Esses itens foram digitalizados e trabalhados com software Adobe Photoshop, a fim de garantir a recuperação da qualidade do material, deixando-o o mais próximo possível das características originais.
Todas as fotos foram devidamente identificadas com legendas historicamente verificadas.
Paralelamente, 30 (trinta) reproduções em tamanho A4, escolhidas dentre as cem (100) digitalizadas e trabalhadas, farão parte de uma exposição que deverá ser apresentada á comunidade.
A quem se destina este projeto?
O projeto “Um lapso da memória: resgatando nossa História por meio de sua digitalização” destina-se à comunidade piquetense, especialmente a estudantil, além de historiadores e pesquisadores interessados na história de Piquete e no seu desenvolvimento urbanístico e social ao longo do século XX.
Para acessar o Ebook que apresenta o material disponível no Arquivo Pró-Memória da Fundação Christiano Rosa, clique AQUI.
EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA
Para acessar as fotos que serão impressas pelo projeto, clique AQUI