No dia 29 de Setembro, dia do padroeiro de Piquete, São Miguel Arcanjo, a Paróquia de são Miguel Arcanjo será elevada à categoria de Santuário Diocesano da Igreja Particular de Lorena.
Com missa solene celebrada pelo Bispo Diocesano, D. Joaquim Wladimir Lopes Dias, a comunidade piquetense fará grande festa para marcar tão importante data.
Uma grande festa aconteceu, também, há mais de 50 anos quando da sagração da atual Igreja Matriz de São Miguel. O texto abaixo, com pesquisa de Antônio Carlos Monteiro Chaves, fala sobre esse acontecimento:
Nova Matriz de São Miguel Arcanjo
A data de 27 de Janeiro de 1970 tornou-se um marco na história religiosa de Piquete, pois foi quando se fez a mudança definitiva da antiga matriz de São Miguel para a Nova e esta passou a funcionar como igreja principal da paróquia e o vigário, na época o Padre Pedro Verdumen, fixou residência na nova casa paroquial.
Havia muito se cogitava a construção de uma nova igreja, pois a antiga, construída no século XIX, já não comportava o fluxo cada vez maior de fiéis às cerimônias religiosas.
O lugar destinado deveria ser próximo ao centro da cidade, o que facilitaria o acesso dos católicos residentes em bairros mais afastados. A escolha do local foi uma grande chácara localizada à Rua Cel. Francisco Relvas. O negócio arrastou-se por mais de 20 anos. O Cônego Gabriel Hiran, pároco de Piquete, foi autorizado a adquirir um terreno de propriedade do Sr. Antônio de Pinho pelo preço de CR$ 350.000,00. O terreno ficava no topo de uma elevação que dominava a cidade.
A partir da aquisição do terreno houve uma mobilização por parte dos paroquianos para começar a obra, sendo que logo de início o Dr. José Amoroso abraçou a causa.
Um jovem arquiteto, oriundo do Rio de Janeiro, costumava visitar Piquete em suas férias. Foi abordado, no cassino dos oficiais, pelo Dr. Amoroso que, junto com um grupo de pessoas, solicitou-lhe um projeto para a Matriz de São Miguel. Concordou com a tarefa e se propôs a realizá-la sem qualquer ônus para a cidade.
Retomando ao Rio de Janeiro, iniciou os rascunhos da igreja, que encaminhou para Piquete com os primeiros estudos do conjunto: Matriz e Casa Paroquial.
Recebeu de volta uma planta definindo o terreno para a construção, com a localização da Pedra Fundamental; desenho elaborado pelo Sr. Dogmar da Costa Ribeiro (topógrafo), sob responsabilidade do Engenheiro D. C. Mattos Filho, datado de 10-11-1960, no qual definia os limites da área.
Entretanto não foi possível ao arquiteto acompanhar a execução da obra. O projeto foi entregue, o mais detalhado possível, ao Padre Joaquim Passos, então pároco de Piquete, depois de apresentados e aprovados pelo Bispo de Lorena, Dom José Melhado de Campos.
Nesse ínterim, foi montada uma comissão de finanças pró-construção da Igreja.
Em setembro de 61, o Sr. Prometheu e seu assistente, Sr. Gustavo, estiveram em Piquete expondo a maquete completa da monumental obra, em que se via o templo, o campanário e o prédio destinado à casa Paroquial.
Com a exposição da maquete, houve empolgação e entusiasmo do povo, que podia visualizar a futura igreja.
Em junho de 1962, constituía-se a Comissão definitiva Pró-construção da Nova Matriz, com as seguintes pessoas: Coordenador: Pe. Joaquim Passos; Presidente: Dr. José Amoroso; Secretário: Tesoureiro: Prof. Artur Alves; Comissão Técnica: Sr. Ismael Marques de Almeida, Antônio Brasilino e Otávio Inácio da Silva; Comissão Fiscal e de Relações Públicas: Srs. Expedito Sebastião Ferreira, Luiz Vieira Soares e José Leite da Silva.
Apressava-se, assim, o início das grandes obras da Nova Matriz, salão e Casa Paroquial, sob a direção do Sr. José Amoroso, médico civil da cidade, que, desde o inicio da construção, foi a alma e cabeça das atividades. Ele tomou a direção e responsabilidade das obras e ainda organizou uma campanha popular para aquisição de fundos.
No fim de junho de 1968 houve a primeira missa da juventude celebrada por S. Excia., o Bispo Diocesano. A partir de 10-8-1969, a missa das dez horas, aos domingos, passou a ter caráter definitivo na Matriz Nova. Nesse ano, a parte religiosa da festa do padroeiro São Miguel Arcanjo foi celebrada, pela primeira vez, na Nova Matriz. A missa solene de encerramento foi celebrada por Dom Cândido Padim, Bispo Diocesano.
Com a celebração das cerimônias litúrgicas na nova igreja o povo se entusiasmou ainda mais pela construção, de linhas modernas e simples, cumprindo o que profetizara o Dr. J. Amoroso em Julho de 1961, quando, falando sobre a obra, disse ser “uma das coisas pelas quais Piquete será conhecida”.
Hoje, a Matriz de São Miguel, inserida na paisagem, é um marco arquitetônico, cartão postal de Piquete.
Antônio Carlos Monteiro Chaves
(O ESTAFETA – Ed. 49, de Fevereiro de 2001)
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