O necessário planejamento urbano para o enfrentamento das fortes chuvas de verão
Com o aquecimento global, as chuvas tendem a se agravar. É preciso planejamento urbano e trabalho preventivo para mitigar seus efeitos. Provocadas pelas fortes chuvas de verão, as enchentes deixam, ano a ano, rastros cada vez maiores de destruição, prejuízos e tristezas a inúmeras famílias. A defesa civil dos estados e municípios deverá estar em alerta.
A localização geográfica do montanhoso município de Piquete coloca-o em estado de atenção, uma vez que é propensa a ocorrência de enchentes e desmoronamentos quando assolada por chuvas de grande intensidade ou prolongadas. Os acidentes resultantes de processos de escorregamento, erosão e inundação são frequentes nesse período.
Piquete cresceu de maneira desordenada ocupando áreas de risco. Esse processo acelerou-se nos últimos cinquenta anos com o surgimento de novos bairros e alteração na paisagem. Assim, no processo histórico de ocupação dos espaços, permitiram-se construções em regiões expostas a desastres naturais, como encostas íngremes e margens de rios.
A ocupação de áreas frágeis do ponto de vista ambiental provoca enchentes ou erosões. Esses processos atingem a cidade como um todo. Por isso, é fundamental mudar a maneira como estamos pensando, produzindo e usando a cidade.
Com a conscientização de que os problemas tendem a se agravar, a maioria dos municípios têm-se empenhado na elaboração de planos diretores e no cumprimento da legislação ambiental, fiscalizando e planejando seu crescimento e impedindo construções em áreas de risco. Em muitas cidades, são observados projetos de reestruturação de algumas áreas, bem como a conscientização da população. Também é preciso um programa de recomposição da cobertura vegetal e um controle da erosão, manutenção de estradas, limpeza dos cursos d’água. Como a principal causa dos agravos gerados pelas chuvas se deve à ação do homem, é necessário que se promovam campanhas e se estabeleçam metas para a destinação dos resíduos sólidos, impedindo-se que o lixo seja jogado nos rios e córregos. O momento é crítico, mas não se pode postergar um planejamento para a cidade, visando-se ao futuro. O aquecimento global é uma realidade e suas consequências estão aí. O mundo todo vem se preparando para elas e Piquete não deve seguir na contramão mundial.
Leia edições anteriores do informativo O ESTAFETA na página da Fundação Christiano Rosa.
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