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5 de outubro: Dia da Ave
O Dia da Ave é comemorado em 5 de outubro e tem como objetivo promover a conscientização sobre a importância das aves no ecossistema e a necessidade de sua preservação.
As aves são fundamentais para a manutenção do equilíbrio ecológico, pois atuam como dispersoras de sementes, contribuindo para a regeneração de florestas. Além disso, muitas espécies são predadoras naturais de insetos e roedores, ajudando a controlar populações que poderiam se tornar pragas.
No Brasil, país com a segunda maior biodiversidade de aves no mundo, o Dia da Ave foi instituído pelo decreto nº 63.234, de 12 de setembro de 1968, assinado pelo então Presidente Artur da Costa e Silva.
Em um período com tanta queimada, é essencial que sejam implementadas políticas públicas para a preservação das matas e florestas, a fim de que nossa rica biodiversidade de aves não se perca.
Sábia, ave nacional do Brasil
Em 1965, o governador de São Paulo, Laudo Natel, decretou a data de 5 de outubro como o Dia da Ave e o sabiá laranjeira, a ave símbolo do estado de São Paulo. Três anos mais tarde, a Associação de Preservação da Vida Selvagem solicitou ao então Presidente da República, Gen. Costa e Silva, que o sabiá-laranjeira se tornasse ave símbolo do Brasil, o que foi atendido por meio do Decreto nº 63.234. O fato foi amplamente noticiado pela imprensa. Observou-se, porém, que o decreto de Costa e Silva, publicado no Diário Oficial da União, criava para todo o território brasileiro o Dia da Ave, mas não especificava os nomes popular e científico da ave-símbolo da nação brasileira – sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris).
Tendo à frente o ornitólogo Dalgas Friesch, foram feitas tentativas para corrigir esse esquecimento. Em agosto de 2002, o tema da ave-símbolo voltou à discussão. A Folha de São Paulo trouxe uma reportagem do jornalista Silvestre Gorgulho sobre as aves-símbolo de diversos países. Numa entrevista com Dalgas Friesch, o jornal explicou o que era ave-símbolo, que significado cultural ela tinha para cada país e o porquê de o Brasil ainda, na verdade, não ter a sua. A reportagem teve grande repercussão, visto que uma corrente defendia o sabiá-laranjeira como a ave símbolo do Brasil e outra, a ararajuba (Aratinga guarouba), que tem as cores verde e amarela da bandeira do Brasil. Dalgas, porém, justificou sua escolha: “A ararajuba é realmente bela, mas é uma ave em extinção, de alto valor econômico e sem valor significativo na literatura e no cancioneiro popular brasileiro. O sabiá, ao contrário, não tem valor econômico, está presente nos quintais, nas cidades e nas fazendas por esse Brasil a fora. Está presente nas mais belas poesias e páginas literárias de muitos autores e compositores brasileiros. Está na alma de cada brasileiro.” Foi então promovida pela Internet uma enquete para a escolha da ave símbolo do Brasil: a ararajuba ou o sabiá? A votação do sabiá laranjeira foi 91,7%. Diante dessa inequívoca preferência nacional, Dalgas Friesch, Silvestre Gorgulho e o jornalista Ciro Porto, vice-presidente da Associação para Preservação da Vida Selvagem, foram buscar apoio no governo federal para corrigir erros do passado e fazer do sabiá-laranjeira a Ave Nacional. O assunto foi levado até então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, que aprovou a ideia. Assim, no dia 3 de outubro de 2002, antevéspera do Dia da Ave, o Diário Oficial trazia o Decreto do Presidente da República estabelecendo “o sabiá laranjeira (Turdus rufiventris) como símbolo representativo da fauna ornitológica brasileira e considerada popularmente Ave Nacional do Brasil”.
Antônio Carlos Monteiro Chaves
Publicado originalmente na edição 128, de setembro de 2007, do informativo O ESTAFETA.
Turismo de observação de Aves
A observação de aves é uma atividade que pode ser realizada por quaisquer pessoas – de crianças a idosos, em grupos ou individualmente. Possibilita contato direto com a natureza, beneficiando o corpo e a mente, sem exigir grande esforço físico. Como as aves ocorrem em praticamente todos os ambientes, podem ser observadas tanto em praças e jardins dentro da cidade, como em áreas mais isoladas e preservadas, como a região da Mantiqueira, uma APA (Área de Preservação Ambiental) federal que corta o município de Piquete.
Observar aves é uma atividade que garante um aprendizado constante, de forma que, quanto mais espécies um observador aprende a identificar, mais habilidoso e com senso de percepção apurado ele ficará para novas observações. Assim, sempre há a possibilidade de observações de espécies ainda não conhecidas, raras ou de beleza única, tornando a atividade extremamente dinâmica e recompensadora. A observação de aves também é uma excelente oportunidade para interagir com outras pessoas, fazer novos amigos, intensificar relações interpessoais e compartilhar o conhecimento. Em Piquete, observa-se, cada vez mais, a presença de diferentes espécies de pássaros. Com seus cantos e plumagens multicores, são deleite para os olhos e ouvidos. É um privilégio poder acordar com o canto de sabiás, canários-da-terra, bem-te-vis, coleirinhas, tico-ticos, maritacas, com o grasnar de tucanos e o arrulhar das rolinhas.
Para os amantes da natureza, um binóculo e uma máquina fotográfica são instrumentos básicos para se captar imagens inesquecíveis de diferentes espécies de aves. Em Piquete, o número é crescente de novas espécies mesmo às margens dos ribeirões, onde, apesar da falta de mata ciliar e das águas poluídas, se observam garças, socós, frangos d’água. Vez ou outra, surge uma espécie desconhecida, que assanha a curiosidade entre os observadores.
Parece que os passarinhos estão perdendo o medo da presença humana. Cada vez mais, se aproximam das casas e quintais. Se no passado era comum mantê-los aprisionados em gaiolas – crime ambiental inafiançável –, hoje os jovens estão mais interessados em celulares e outros equipamentos eletrônicos, deixando a passarinhada em paz.
A observação de aves cresce em todo o mundo. Piquete poderia se tornar um centro desse ramo do turismo, pois sua localização geográfica concorre para isso. A Serra da Mantiqueira, com diferentes ecossistemas, e o significativo fragmento de Mata Atlântica preservada pela FPV/IMBEL, são verdadeiros berçários. Refúgio da vida silvestre que guarda preciosidades que se aventuram a dar uma volta pelo entorno dessa região, podendo ser contempladas.
A cidade, se bem planejada e adaptada para tal atividade, tornar-se-ia um polo atrativo para ornitólogos. Se houver, por parte de nossas autoridades, empenho na busca de parcerias e na recomposição de áreas degradadas com espécies vegetação da Mata Atlântica, com certeza o número de aves aumentaria. Enriquecer o ambiente com plantas nativas tornaria Piquete o paraíso das aves! Um ambiente hospitaleiro traria ainda mais pássaros, pois haveria alimento, abrigo e lugar de nidificação.
Antônio Carlos Monteiro Chaves
Publicado originalmente na edição 259, de agosto de 2018, do informativo O ESTAFETA. Para ler a edição completa, clique AQUI
Para acessar o livro eletrônico com fotografias de aves registradas em Piquete pelo Diretor Executivo da Fundação Christiano Rosa, click AQUI!
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